Colonização e Resistência - 2024.2
Prof. Eric Brasil06/02/2025
A representação dos países e continentes no mapa mundi tradicional apresenta discrepâncias com a realidade. O site The True Size nos ajuda a visualizá-las.
Integração latino-americana? Mercosul?
Índio é um conceito étnico construído ao longo do séc. XX e atualmente é utilizado pelas próprias comunidades como estratégia de manter identidades e lutar por direitos e se aliar a outras comunidades etnicamente distintas para mobilizar reivindicações aos Estados Nacionais
Índio é todo descendente dos povos autóctones das Américas, conscientes de seus costumes, língua e tradições, mesmo que modificados ao longo do tempo, que seja considerado a partir dessa condição por si próprio e por pares.
SILVA, Kalina Vanderlei; SILVA, Maciel Henrique. “Índio”. In: Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2009Grande dificuldade para estudo histórico: extermínio, destruição de fontes primárias, séculos de colonização com migrações frequentes;
Caminho de estudo principal: arqueologia
Etnia arawak que ocupava muitas ilhas caribenhas. Sua cultura ainda é uma marca importante em países como a República Dominicana.
A partir do texto de León-Portilla. "A Mesoamérica antes de 1519".
"La Vision de los vencidos", 1959.
Se desenvolvem na região sul do atual México e sua cultura complexa, marcada por divisão do trabalho (entre comércio, agricultura, defesa e artes) assim como um urbanismo marcado por grandes praças e templos religiosos, tornou-se uma certa "Alta cultura matriz" para toda região mesoamericana. Essa difusão se fez principalmente pelo comércio e pelo empenho religioso dos Olmecas.
Elementos importantes que marcam o desenvolvimento das sociedades mesoamericanas: não conheciam a roda, sem metalurgia até 950 d.c, sem animais domésticos (além de perus e cães).
Vejamos duas sociedades do período clássico e suas principais características: Teotihucan e Maias.
Formação, consolidação e expansão do Estado Mexica pela Mesoamérica.
A partir do texto de John Murra. "As sociedades andinas anteriores a 1532".
Aula de 20/02/2025Antropólogo que estudou a etnologia histórica dos Incas; grande autoridade nos estudos andinos.
"La organizacion economica del estado Inca", primeira edição de 1977 (a partir de tese defendida na Universidade de Chicago em 1955.
“A população andina vivia em um multiplicidade de pequenas coletividades agropastoris (...) Cada aldeia era habitada por um conjunto de famílias unidas por laços de parentesco ou aliança, que representava um ayllu.“Henri Favre. A civilização Inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, p. 29-30.
“As células domésticas constitutivas do ayllu reconheciam um chefe ou Kuraka que era geralmente o fundador do grupo. O kuraka distribuía as terras, organizava os trabalhos coletivos e regulava os conflitos.“Henri Favre. A civilização Inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, p. 30-31.
“(...) Divindade tutelar do [ayllu] que era em geral um ancestral do kuraka e na qual este se apoiava para exercer sua autoridade.“Henri Favre. A civilização Inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, p. 30-31.
Terra era coletiva, com lotes divididos por famílias no interior de cada Ayllu. O kuraka busca garantir que cada família tivesse acesso a todos os pisos ecológicos. Ou seja, o acesso a terra correspondia a uma complementariedade vertical para subsistência.
Sistema redistributivo e de reciprocidade: todos os membros do Ayllu deveriam trabalhar para o kuraka e a waka.
O serviço prestado ao kuraka, à waka e à propria coletividade em forma de trabalho era chamado de mita.
Cabia ao Kuraka redistribuir em produtos o trabalho que recebia, o que garantiria a subsistência e reprodução da comunidade em momentos de crise e sua posição de prestígio e poder.
Todos esses padrões (Ayllu, Kuraka, Waka, Ocupação arquipélago, Mita, redistribuição) serã incorporados pelo Império Inca em sua expansão política e militar.
A expansão inca entre 1438 e 1532.
Os sucessos nas guerras que lhes garantiram o controle do vale de Cusco causou desequilíbrio nas forças da região. As reações a essa hegemonia Inca levou a novas guerras e conquistas.
Em menos de 100 anos o império atingiu aproximadamente 950 mil km2.
Quanto maior o império, mais as guerras externas eram necessárias para manutenção das estabilidade e unidade interna.
“A guerra de conquista constituía um fator essencial de integração e de mobilidade social dentro do Império. Ela representava o projeto coletivo que confederava os povos vencidos e subjugados. A realização de tal projeto era bastante lucrativa para tornar tangível aos olhos destes últimos as vantagens da dependência em que seriam mantidos.“Henri Favre. A civilização Inca. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004, p. 26.
O império Inca utiliza a mesma estrutura tradicional da região, mas impõe novos sentidosa elas.
O uso da mita é ampliado e extendido enormemente: passa a ser implementada em diversas funções e os trabalhadores são enviados para regiões cada vez mais distantes. Isso enfraquece as chefias locais e o sistema de reciprocidade, e garante a geração de renda e poder diretamente para o Estado Inca.
Ambos buscavam implemantar uma política expansionista, controlando e subjugando comunidades na Mesoamérica e na Região Andina respectivamente. Esse domínio mesclava a diplomacia, a ameaça de invasão militar e as guerras.
Às vésperas na chegada dos espanhóis, mexicas e incas controlavam centenas de comunidades, cobrando tributos, seja em forma de produtos (Mexicas) ou em forma de trabalho (a mita entre os Incas), e mantendo controle político e militar rígidos. O que geraria insatisfação e traria consequências profundas para o futuro desses Estados.
EM BREVE